Por que Deus dá respostas liberalmente àqueles que pedem?
“E se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, sem repreensão, e ser-lhe-á dada”. (Tiago 1:5)
O conhecimento
O convite na Epístola de Tiago para qualquer um que tenha falta de sabedoria “peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, sem repreensão, e ser-lhe-á dada” ocupa um lugar significativo na história da Restauração (Tiago 1:5). Mais tarde em sua vida, Joseph Smith falou sobre o momento em que leu este trecho como um jovem confuso e incerto:
“Jamais uma passagem de escritura penetrou com mais poder no coração de um homem do que essa, naquele momento, no meu. Pareceu entrar com grande força em cada fibra de meu coração” (Joseph Smith -História 1:12).
Refletir sobre este trecho o levou a ir para o que se tornaria o Bosque Sagrado e buscar a Deus em oração, resultando na Primeira Visão.
Dada a ênfase de Tiago na oração no início da carta, é possível entender por que este versículo tev, e continua a ter, um grande impacto em cristãos em todo o mundo. Segundo Tiago, a oração é uma ferramenta especialmente eficaz para obter sabedoria.
Embora a sabedoria seja geralmente compreendida como “habilidade na vida, especialmente a capacidade de tomar decisões acertadas e falar as palavras certas”, a sabedoria referida na Bíblia muitas vezes tem significados mais profundos e significativos que não podem ser capturados em inglês com uma única palavra.
Especialmente conforme usado por Tiago, a sabedoria refere-se ao dom de Deus que permite que alguém seja perfeito ou, na concepção de Tiago, que passe no teste da mortalidade. Esse significado é especialmente prevalente em outros escritos judaicos antigos, como 2 Baruque, 2 Esdras, 1 Enoque e Sirácida. Assim, quando recebemos sabedoria do Senhor, somos capacitados a viver de maneira piedosa e justa.
Aqueles que pedem a Deus por sabedoria podem ter a certeza de que receberão esse dom divino com base na natureza de Deus. Tiago nos assegura que Deus “dá liberalmente” e “é universal, inequívoco e generoso” em tudo o que dá a Seus filhos.
Agir com fé
Por Sua própria natureza, Deus deseja abençoar a todos, e tudo o que é requerido de nós é nos aproximarmos Dele, pedindo sinceramente “em nome de Cristo, … com um coração sincero e com real intenção, tendo fé em Cristo, ele vos manifestará a verdade delas pelo poder do Espírito Santo” (Morôni 10:4).
Além disso, segundo Tiago, não basta simplesmente pedir ao Senhor. Pelo contrário, é necessário “Porém peça-a com afé, não duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte” (Tiago 1:6). Essa declaração é melhor compreendida quando vista em seu contexto mais amplo de lealdade e convênio.
Por exemplo, de acordo com Dan McCartney, “Tiago não quer dizer que um crente nunca pode ter alguma incerteza sobre se algo é a vontade de Deus; ele está condenando uma falta de compromisso, [ou] uma lealdade dividida.”
Além disso, Tiago ensina que “O homem de ânimo dobre é inconstante em todos os seus caminhos” (Tiago 1:8), e explica ainda que alguns dos cristãos aos quais se dirigia não tiveram todas as suas orações respondidas anteriormente não porque duvidaram de Deus, mas porque “pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” (Tiago 4:3).
A maneira correta de pedir com fé, conforme instruído por Tiago, era abandonar qualquer lealdade dividida: não se deve pedir para satisfazer ambições pessoais, mas sim deve-se “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Limpai as mãos, pecadores; e vós de ânimo dobre, purificai o coração”. (Tiago 4:8).
Tal relação entre fé e lealdade a Deus, como observado por Brent Schmidt em várias ocasiões, está no cerne do entendimento do Novo Testamento sobre agir com fé.
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Um relacionamento eterno com Deus
A fé, longe de ser apenas uma crença passiva ou abstrata em Deus, nos convida a desenvolver um relacionamento para toda a vida com Ele baseado em lealdade mútua e amor.
É significativo notar que essa compreensão das instruções de Tiago sobre oração e sabedoria pode ser claramente vista na oração de Joseph Smith, conforme registrada em sua história pessoal. Segundo Joseph Smith, ele queria viver de maneira agradável a Deus e “sentia-se entristecido por [seus] próprios pecados e pelos pecados do mundo”, levando-o a “[clamar] ao Senhor por misericórdia, pois não havia mais ninguém a quem eu pudesse recorrer para obter misericórdia”.
Joseph queria estabelecer um relacionamento com o Senhor para receber perdão de seus pecados e obter salvação. Ele também estava comprometido em agir de acordo com o que aprendia do Senhor.
Isso é demonstrado pelo fato de que, quando Deus Pai e Jesus Cristo apareceram a ele, Joseph não apenas perguntou “qual de todas as seitas estava certa”, mas quis saber “à qual me unir” (Joseph Smith—História 1:18).
Ao contrário de muitos, Joseph estava totalmente comprometido em buscar sabedoria do Senhor e agir de acordo com o que aprendesse ao longo de sua vida.
O porquê
Assim como Joseph Smith, todos nós temos a necessidade de frequentemente nos aproximar do Senhor e buscar Sua sabedoria para nossas vidas. Tais pedidos de sabedoria precisam surgir do desejo de seguir o Senhor e demonstrar nossa lealdade a Ele.
Como expresso pelo próprio Jesus, isso exclui a possibilidade de servirmos a dois senhores: 24 “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mateus 6:24).
Um aspecto importante deste convite crucial pode ser observado em Tiago 4, onde Tiago suplica sinceramente aos primeiros cristãos que se arrependam de seus pecados e se humilhem diante do Senhor.
Quando temos fé em Deus como um Pai amoroso e agimos com a lealdade a Ele necessária à nossa petição, todas as coisas que serão para nosso bem eterno serão manifestas, e seremos abençoados com desejos ampliados e até mesmo maiores habilidades para nos tornarmos mais plenamente semelhantes a Ele.
Fonte: Book Of Mormon Central
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