Como minha experiência de quase morte mudou minha vida
Este artigo foi escrito com base nos relatos de Vânia Valtriani.
Era dia 21 de junho de 2014, durante uma Festa Junina, organizada para alas de brasileiros em minha comunidade, minha vida tomou um rumo inesperado. Senti uma dor em minha cabeça, como uma faca torcendo meu cérebro, seguida de náuseas e desmaio.
Em questão de minutos, eu estava no hospital, onde minha família recebeu um diagnóstico devastador de um derrame hemorrágico. As palavras do médico foram como uma sentença, um aviso de que eu teria apenas algumas horas de vida. No entanto, o que se seguiu foi uma jornada espiritual que mudaria para sempre minha perspectiva.
O coma e o encontro com meu pai
Enquanto eu estava em coma, mergulhei em um mundo de experiências que transcendiam a compreensão humana. Conversei com meu pai já falecido e me senti na presença do Salvador.
Em minha experiência de quase morte, me vi ao lado de meu corpo enquanto médicos e enfermeiras faziam o seu trabalho.
Não lembro de haver passado por minha cabeça algum pensamento de que eu estava morta, confusa ou com medo, mas me lembro de um infinito bem-estar, paz e curiosidade por aquela Vânia deitada na mesa de cirurgia.
Não senti nada de ruim. Na verdade, me senti bem, e, até hoje, aquele sentimento é difícil de explicar. Foi nesse momento que vi uma luz muito linda e clara que parecia estar entrando pelo teto da sala de cirurgia.
Fiquei surpresa ao, de repente, ver meu pai. Mas, ele não estava como eu me lembrava. Ele parecia vigoroso, saudável e forte, seu rosto era pleno de felicidade e paz, muito diferente do homem que havia falecido de câncer 8 anos atrás.
Meu pai abriu seus braços e me chamou sorrindo: “Filha!” Mas, eu sentia-me muito atraída por mim mesma, e sentia que não conseguiria ou deveria sair dali de perto de mim. Meu sentimento era de certa urgência e ao mesmo tempo paz.
Eu só queria entender o que estava acontecendo comigo, então continuei perto daquela mesa e eu respondi: “Não pai! Eu não posso sair daqui”.
Eu e o Salvador
Minha segunda lembra é ainda mais sagrada. Lembro de estar em meu corpo e em uma dor excruciante. Pensei que estava morrendo e fiquei apavorada. Comecei a orar e implorar por ajuda ao Pai Celestial.
Sua resposta foi rápida e soube que não estava sozinha. Senti uma presença do lado esquerdo da cama e me esforcei para abrir os olhos. Pensei ver um anjo, mas logo reconheci meu Salvador.
Seus olhos penetrantes olhavam para mim, comunicando amor e conforto além das palavras. Em um momento de clareza divina, compreendi o sacrifício e o amor incondicional que Jesus Cristo representava.
O encontro com o Salvador não só trouxe paz à minha alma, mas também desencadeou uma transformação profunda em quem sou hoje.
Uma nova perspectiva da vida
Devido à gravidade de meu estado de saúde, meu esposo, filhos, familiares e amigos aguardavam o momento de minha partida. E, contra todas as expectativas, acordei do coma.
Após aquela experiência, eu não era mais a mesma pessoa. Cada aspecto da minha existência foi preenchido com uma nova perspectiva, uma consciência aguçada do meu corpo físico e uma apreciação maior pela vida e pela minha família.
Minha recuperação física foi uma jornada árdua, mas cada passo foi iluminado pela lembrança daqueles encontros divinos.
Hoje, sinto uma conexão mais profunda com meu corpo físico, um entendimento maior de sua fragilidade e preciosidade. Sou grata, não apenas pela oportunidade de viver, mas pela dádiva do amor de Jesus Cristo e do Pai Celestial pela minha existência.
Desde então, minha vida tem sido uma busca constante para viver de acordo com os ensinamentos do Salvador. Seu amor infinito se tornou minha bússola, que me orienta através dos desafios da vida cotidiana.
Compartilho minha história não apenas como um testemunho pessoal, mas como um lembrete das ternas misericórdias de Deus e com a esperança de que possa tocar os corações daqueles que buscam luz e consolo.
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