Como Jennie encontrou paz depois de seu marido falecer no Afeganistão
Jennie Taylor se lembra muito bem da noite de 2 de novembro de 2018. Foi a primeira vez que ela se encontrou com suas amigas da faculdade depois de muito tempo. A reunião foi cheia de risadas e histórias sobre os filhos e maridos.
Jennie estava convencida de que sua mãe estava certa quando a encorajou a deixar seus sete filhos se reunir com suas amigas.
Na época, o marido de Jennie, Brent Taylor, estava no Afeganistão e ela tinha certeza de que ele estava bem, afinal, o casal tinha sobrevivido a três convocações anteriores para servir o país.
Mas quando o telefone tocou na manhã seguinte, a vida da Jennie mudaria para sempre.
“Onde quer que esteja, é melhor você sentar”, disse a mãe de Jennie o mais suavemente possível. “Tem dois oficiais do exército aqui para falar com você.”
Jennie sentiu um aperto no coração. Ela ficou muito preocupada. O que será que havia acontecido? ela se perguntou.
Mais tarde, em uma sala de conferências na sede da Guarda Nacional, os oficiais do exército disseram a Jennie que seu esposo, Brent, tinha sido morto enquanto servia seu país.
“Ele confortará a minha dor”
“A ansiedade e a escuridão que acompanhavam a tristeza eram avassaladoras e assustadoras”, ela lembra.
Mas como o tempo, e hoje depois de anos, Jennie está “aprendendo a sentir o Espírito e deixar o Senhor me confortar. Ele pode dissipar os meus medos e acalmar a minha ansiedade, mesmo quando o meu coração ainda anseia por ver o meu esposo novamente”, diz ela.
Jennie relata que às vezes os momentos mais difíceis não são aqueles em que ela se sente triste ou aflita, mas quando ela se sente inadequada para a ideia de sete filhos, entre 2 e 14, sozinha.
“Não tenho braços suficientes para todos os meus filhos”, diz ela, ao expressar o seu desejo de confortá-los todos de uma vez. “Ainda assim, sempre que me sinto desse jeito, o Espírito do Senhor me lembra que não estou criando meus filhos sozinha”.
Jennie diz que não “teme a dor no coração” que sentiu quando soube da morte de Brent. Em seus momentos de grande tristeza, ela sabe que pode se voltar para o Senhor.
“Ele confortará a minha dor”, diz ela. “Às vezes a dor parece muito grande para suportar, e não posso fazer muito mais do que sentar e chorar. Nesses momentos, imploro desesperadamente ao Senhor para me dar paz e força, e para deixar a Sua luz brilhar na escuridão do meu desespero”.
Os convênios que fazemos com o Senhor
Nos últimos meses, ela também aprendeu mais sobre como o Espírito trabalha em sua vida.
“Não é como uma varinha mágica que faz desaparecer instantaneamente a tristeza. É como uma confiança tranquila de que Ele está ali e uma lembrança da esperança que a Sua Expiação me oferece”.
Ela acrescenta: “estou aprendendo Que posso ter meu coração partido e curado ao mesmo tempo. Posso sentir uma tristeza mortal por causa da morte do Brent, e ao mesmo tempo saber que o verei novamente”.
Enquanto ela processa sua dor, Jennie continua a lembrar os valores que ela e Brent tinham em comum: Deus, família e o país.
“A minha fé no meu Salvador, Jesus Cristo, é o que me tira da cama todas as manhãs”, diz ela. “Essa fé é o que continua a me guiar depois da perda do Brent e de todos os desafios e de toda a dor que acompanham essa perda mortal”.
Ela explica que os convênios que ela e Brent fizeram um com o outro e com o Senhor no templo permitem que seu casamento continue além da morte.
Jennie explica: “a minha vida e a vida de cada um dos meus filhos viraram de cabeça para baixo no último ano e meio. A vida está cheia de provações inesperadas e mudanças imprevistas. Mas os meus pactos são a minha constante. A morte não pôs fim ao amor que temos um pelo outro”, diz ela.
“Nossos propósitos eternos como marido e mulher e pai e mãe não mudaram quando Brent morreu”.
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A influência de Brent
Com o passar dos dias, Jennie continua a sentir como se Brent ainda estivesse por perto.
“Muitas vezes sinto que Brent está perto de mim de várias maneiras, e em uma variedade de maneiras. Não é um sentimento de que ele está fisicamente perto, embora às vezes eu o sinta. Normalmente é mais um sentimento que ele e eu somos um. Consigo sentir o seu amor e o seu apoio. Consigo sentir a influência dele na minha mente e na minha memória. Posso me sentir inspirada a fazer ou dizer algo da forma que ele possa ter feito ou dito, no momento certo”.
Além disso, Jennie tem fortes convicções de que sua família é uma unidade eterna e pode sentir a influência de Brent na criação de seus filhos. Ela muitas vezes pensa no texto final de Brent para ela: “eu te amo, você consegue”.
“Os meus filhos são realmente nossos filhos. Eles ainda são filhos do Brent, também. Eu sei que ele ainda é capaz de estar perto deles e influenciá-los, mesmo que eu não possa explicar exatamente como isso acontece”, diz ela.
“E acima de tudo, sei que eles são filhos do Pai Celestial e que ele os conheceu e amou muito mais tempo do que eu”.
O desenvolvimento da fé
Ela diz que seu testemunho do evangelho de Jesus Cristo é baseado na afirmação de que as famílias podem ser eternas.
“Meu pai morreu quando eu tinha 10 anos, e minha fé na infância foi alicerçada em uma grande esperança, a esperança de que eu seria capaz de vê-lo novamente, a esperança de que nossa família poderia viver juntos para sempre”, diz ela.
“Eu queria tanto que essa promessa fosse verdadeira, que realmente comecei a ter esperança e a acreditar nessa doutrina antes de qualquer outro aspecto do meu testemunho”.
Essa fé na doutrina das Famílias Eternas levou Jennie a desenvolver a fé no poder selador do sacerdócio e no trabalho no templo.
“A fé nos profetas e na revelação me levou a uma convicção pessoal de que Deus realmente é meu Pai, que ele me ama, e que ele tem um plano para mim”, diz ela.
“Tenho a certeza absoluta de que as famílias são ordenadas por Deus e absolutamente centrais para esse plano”.
O fim desde o princípio
Ela acrescenta que a Expiação de Jesus Cristo torna esse plano possível. “É simultaneamente universal e individual”, diz Jennie.
“O Senhor conhece o fim desde o princípio, e é capaz de nos guiar em nossas provações e nos confortar mesmo em tempos de grande perda. Tenho a certeza que voltarei a ver o meu pai terreno e o meu esposo. Tenho a certeza que o meu convênio de casamento continua para além do véu. Estou certa de que nossos entes queridos falecidos não estão perdidos e se foram para sempre; na verdade, tenho certeza que eles estão muito mais perto do que nossas mentes mortais podem compreender”.
O que pensaria o Brent se pudesse ver a mulher agora?
“Ele está sempre perto, porque seu amor e seu exemplo e seu legado vivem em mim, em nossos filhos, em nossos familiares e em outros que conheciam, amavam e foram influenciados por ele”, diz Jennie. “Acredito que onde quer que ele esteja, está torcendo por mim”.
Fonte: LDS Living
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