Sente sua luz fraca demais? Como acendê-la?

Era dia 11 de outubro de 2020, em um típico horário em que uma mãe de recém nascido, sem dúvida, estaria acordada. 

Às 3 horas da manhã, eu amamentava e olhava o lindo rostinho do meu bebê enquanto refletia sobre o vazio que sentia no interno. 

Foi quando pensei: me falta algo mais, o que me falta ainda? O que mais eu devo ser? O que mais devo fazer para acrescentar em mim, acrescentar para o mundo, edificar meus filhos e elevar minha família?

O silêncio preenchia o ambiente, mas meus pensamentos davam voz a minha mente de uma forma desorganizada e frenética à procura de uma resposta, até que em uma delas, bem baixinho, eu ouvi: “vagalumes.” 

Franzi o cenho sem entender e pensei: Vagalumes? Mas que resposta seria essa?

A resposta do profeta

Decidida a ignorar esta impressão como sendo uma possível resposta, me lembrei do discurso do Presidente Nelson que ele havia dado a poucos dias na conferência, ele relata a experiência de uma de suas netas, que diz: 

Há pouco tempo, a esposa de um de nossos netos estava passando por dificuldades espirituais. Vou chamá-la de “Jill”. Apesar dos jejuns, das orações e das bênçãos do sacerdócio, o pai de Jill estava morrendo. Ela estava com muito medo de perder tanto seu pai quanto seu testemunho.

Tarde da noite, minha esposa, a irmã Wendy Nelson, contou-me sobre a situação de Jill. Na manhã seguinte, Wendy se sentiu inspirada a compartilhar com Jill que minha resposta para sua luta espiritual estava em uma única palavra! Era a palavra míope.

Tempos depois, Jill admitiu a Wendy que a princípio ela ficou arrasada com minha resposta. Ela contou: “Eu esperava que o vovô me prometesse um milagre em relação a meu pai. Fiquei pensando por que a palavra míope foi a única que ele se sentiu compelido a dizer”.

Depois da morte do pai de Jill, a palavra míope continuou vindo à mente dela. Ela abriu seu coração para compreender ainda mais profundamente que a palavra míope vinha de “miopia”. E ela começou a mudar de ideia. Jill disse depois: “A palavra míope fez com que eu parasse, pensasse e me curasse. Aquela palavra agora me traz paz. Ela me lembra de expandir minha perspectiva e buscar as bênçãos eternas. Ela me lembra de que há um plano divino e que meu pai ainda vive, que ele me ama e cuida de mim. A palavra míope me guiou a Deus”.

Assim como Jill, em algumas situações nossas revelações pessoais podem não ser plenamente diretas ao responder as questões profundas de nosso coração, pode ser que tenhamos que nos esforçar um pouco mais para compreender qual mensagem Ele está tentando nos passar.

Foi dessa maneira que eu resolvi refletir um pouco mais sobre qual ensinamento havia por trás dos vagalumes.

Qual o propósito da luz?

Os vagalumes são pequenos insetos, famosos por sua incrível capacidade de emitir luz própria na parte inferior do abdômen. Eles podem decidir, se querem apagar ou acender sua luz interior. 

Refletindo sobre luz interior me lembrei de uma escritura muito conhecida no livro de Mórmon, se encontra em 3 Néfi 12:14-15 que diz:

Em verdade, em verdade vos digo que eu vos concedo serdes a luz deste povo. Não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte.

Eis que acendem os homens uma candeia e colocam-na debaixo de um alqueire? Não, colocam-na em um velador e ela dá luz a todos os que estão na casa.

Assim como os vagalumes, nós também possuímos uma luz interior, assim como eles, também podemos escolher apagar e acendê-la. O propósito real da luz é iluminar, então de que vale a luz se ela não ilumina? Acendem os homens uma candeia e colocam-na debaixo de um alqueire? Não.

No versículo 16 do mesmo capítulo o Senhor nos adverte:

Portanto, fazei brilhar vossa luz diante deste povo de tal forma que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está no céu.

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“Lumes”

A palavra vagalumes também possui outro ensinamento por trás do seu nome. Ao separar essa palavra em duas, com a permanência da letra “l” em ambas, temos as palavras vagal e lumes.

Vagal é uma expressão para designar todo aquele que não gosta de trabalhar; sujeito sem iniciativa, preguiçoso, mole e desocupado.

Lumes significa qualquer tipo de luz e claridade; fonte de calor e chama; luz que emana de um corpo; um luminar, um resplendor.

Essas duas palavras nos ensinam que assim como temos a escolha de ser vagal, ao mantermos nossa luz apagada sem esforços, também podemos ser “lumes” à medida que escolhemos irradiar nossa luz ao redor, diariamente.

Pode ser que em algum momento você sinta sua luz fraca demais, pode ser que ela venha a se assemelhar a uma lâmpada, em seu modo meia fase. Era assim que eu a sentia, ao me referir sobre o vazio em meu interior no início do texto. 

Mas, como mudar isso? Para fortalecer a nossa luz, é necessário se alimentar de mais luz. Em Mateus 6:22-23 diz:

A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz;

Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão as trevas!

Se a nossa visão e o nosso foco, se concentrar em coisas boas, em coisas de luz, este será o alimento primordial para a irradiação do nosso corpo.

Cristo, é a fonte de luz para as nossas vidas, Ele pode potencializá-la , porque toda luz emana Dele. E como Ele fará isso ? Ele o fará, quando assim O permitirmos, ao enviar o Seu Santo Espírito Consolador para tocar nossa mente e coração sobre quais coisas devemos nos esforçar para fazer. Ele usará seus servos, como o profeta, que me inspirou a buscar algo mais daquela resposta, assim como os seus anjos, do outro lado véu e fora dele, para iluminar nosso caminho e estender suas mãos ao tirar-nos da escuridão.

O poder dos vagalumes

À medida que somos abençoadas com Sua luz, que aquece e ilumina o nosso ser, devemos escolher deixá-la cumprir o seu real papel, o de iluminar. Iluminar todo aquele que está perdido, iluminar todo ambiente que se encontra em trevas. 

Apesar de nossa luz interior estar se tornando radiante, um único vagalume pode se destacar na escuridão mas não ilumina todo o ambiente, é necessário milhões de vagalumes para fazê-lo. Juntos, podemos acrescentar mais luz para nós mesmos, para nossa família e para o mundo, a fim de cumprir com o propósito de ser um estandarte para as nações, de modo que as nações, glorifiquem ao nosso Pai, que está nos céus.

Sobre a pergunta que me fiz naquele dia, o que mais eu devo ser? O que mais devo fazer?

Hoje eu sei. Eu devo escolher ser “lumes”. “Lumes” sem o vagal, porque vagal é sem obras! E você? O que você escolhe ser?

Assim como a Jill também posso afirmar, a palavra vagalumes me guiou até Deus.

Este artigo foi escrito por Mariana Pegorim.

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